Eu Não Pertenço a Este Mundo! O Que Eu Aprendi Com Esses Sentimentos?
Dizer que a sensação de não pertencimento faz parte da minha história é quase subestimar tudo o que vivi. É como se em muitos momentos nem fosse permitido nomear aquilo que sentia, apenas aceitar a estranheza constante, feito uma roupa que nunca encaixava direito. Se você já se sentiu assim, quero te convidar a caminhar por essas memórias comigo. Não como especialista, mas como alguém que já tropeçou muito nessa estrada. Afinal, criar o Felizmente – Onde a Esperança Nunca Morre só foi possível porque primeiro precisei aprender a conviver com esse sentimento… E finalmente entender que posso transformá-lo.
Quando tudo começa a estranhar
Não sei dizer exatamente quando apareceu. Talvez eu ainda nem tivesse consciência de mim, mas uma parte do meu olhar já sentia que algo não se encaixava. Crianças são rápidas em perceber diferenças, mas nem sempre sabem dar nome ao que sentem.
A sensação: “não sou daqui”.
No meu caso, era como assistir ao mundo pela janela de um ônibus, enquanto todo mundo descia em paradas conhecidas. As conversas em volta, as piadas, os jogos na escola: tudo me atravessava, raramente me incluía. Às vezes, tentava me encaixar nessas cenas, dizendo o que esperavam, negando quem eu era. Mas bastava um tropeço, uma resposta atravessada, para ouvir de novo que eu era estranho.
Em outros momentos, tudo parecia um exagero na minha cabeça. “Não é possível que sou só eu assim”. Eu até tentava me convencer de que era coisa da minha imaginação. Só que de tanto repetir, o peso se tornou difícil de ignorar.
- Sentar sozinho em festas de família
- Preferir livros e histórias a brincar de pique
- Chorar sem motivo depois de um simples comentário
- Sentir que meus assuntos nunca despertavam real interesse em ninguém
Mesmo com todos esses sinais, demorei para acreditar que não era culpa minha. Afinal, sempre ouvi frases que só reforçavam minha diferença:
- “Para de ser dramático.”
- “Por que você não pode ser igual aos outros?”
- “Assim ninguém gosta de você.”
Essas palavras ainda ecoam hoje de vez em quando. Mas naquela época, eram uma sentença: se eu era tão diferente, talvez realmente não devesse estar aqui.
Sentir-se fora do planeta: os dias mais estranhos
Na adolescência, a sensação de não pertencimento só cresceu. Tanto faz se era domingo ou sábado: acordava já prevendo as situações desconfortáveis. Lembro bem do tempo do ensino médio… A escola, para mim, parecia uma nave em outro planeta.
As regras não faziam sentido. Minha cabeça trabalhava em curvas, nunca em linha reta. Enquanto meus amigos decoravam fórmulas sem pensar, eu questionava o porquê daquilo tudo. Buscava sentido em coisas simples e era chamado de “chato”, ou então ignorado.
Era como se tivessem distribuído um manual de instruções para todo mundo, menos para mim.
Se por fora eu conseguia até arrancar sorrisos dos colegas, por dentro o cansaço era grande. Fingir nunca foi fácil, mas muitas vezes era o único caminho para sobreviver socialmente.
Lembro de festas em que eu me forçava a ir só para participar. Chegava lá e, em poucos minutos, já sentia vontade de sair correndo. O barulho era insuportável, a luz machucava meus olhos, os pequenos grupos conversando nunca pareciam abrir espaço para minha presença. Mesmo quem era “próximo”, no fundo mal me conhecia.
O que mais doía era ver que, quanto mais tentava me encaixar, mais distante eu parecia ficar.
Adulto, mas ainda deslocado
Claro, crescer traz novas cicatrizes. No trabalho, os sentimentos de ser “de outro mundo” continuaram. Reuniões em que eu sentia vontade de levantar e ir embora. Discussões que pareciam supérfluas para mim, mas fundamentais para os outros. Sempre me diziam que eu era intenso, difícil, questionador sem motivo.
E eu ali, com a mesma, antiga pergunta sem resposta:
“Por que é tão difícil só existir como os outros?”
Enquanto tentava entender tudo isso por dentro, por fora colecionava rótulos: ansioso, depressivo, preguiçoso, diferente, ferramenta quebrada no meio da linha de montagem. O tempo trouxe algumas oportunidades de me sentir mais aceito, mas quase sempre acabava na mesma dúvida: existe, afinal, um espaço para quem sente assim?
Quando os sentimentos ganham nome
A verdade é que, mesmo que se tente esconder, cedo ou tarde a diferença pede para ser vista. Comigo, levou muito tempo, 18 anos, na verdade. Foram idas e vindas a consultórios, laudos que nunca me contemplavam, tentativas de me encaixar que só aumentavam minha frustração.
O diagnóstico tardio veio como uma mistura de alívio e tristeza. Alívio por finalmente saber que ter TDAH, traços de autismo, superdotação e borderline não era invenção. Tristeza por tudo que perdi tentando esconder ou negar o que sentia.
Ao receber o laudo, não consegui conter lágrimas. Não eram só minhas, eram do meu eu de criança, do adolescente, dos dias cansados de adulto. Lágrimas de quem queria ser ouvido e compreendido de verdade. Descobrir sobre neurodivergência não apaga as dores do passado, mas abre caminho para construir algo novo.
Tudo isso só mostrou, na prática, o quanto sentimentos de não pertencimento são muito mais comuns do que se imagina. Durante a pandemia, por exemplo, quase 1/4 da população mundial relatou solidão intensa, especialmente jovens adultos. No Brasil, segundo estudo da Fiocruz, Unicamp e UFMG, 40,4% sentiram tristeza ou depressão. Ou seja, não é um sentimento só meu ou seu. É de todos nós, em maior ou menor grau.
O que esses sentimentos me ensinaram
Se eu dissesse que superei tudo isso completamente, estaria mentindo. Ainda tem dias em que a velha sensação volta, silenciosa. Só que agora, ao invés de tentar expulsá-la, eu a convido para conversar.
Aprendi a escutar meu desconforto.
Sim, pode soar estranho, mas nessas conversas internas aprendi várias coisas, e não são lições prontas, são descobertas que continuam em processo. Compartilho algumas que mudaram minha forma de existir:
- Diferente não significa invalido O maior erro da minha vida foi acreditar que ser diferente era um defeito. Transformar esse olhar me deu coragem para dizer “eu sou assim” sem pedir desculpas. Não é sempre fácil, mas é libertador.
- Tem mais gente “de outro mundo” do que eu pensava O Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre nasceu desse encontro com outras pessoas deslocadas, que também acharam que não pertenciam. Criar pontes é mais valioso do que tentar se encaixar em muros alheios.
- Solidão não é vergonha Quase 1/4 dos jovens adultos sente solidão profunda, mostram pesquisas globais relatadas pela USP. Não estamos sós na nossa solidão.
- Buscar ajuda não é fraqueza Tentar mudar o mundo à força cansa. Aceitar ajuda, encontrar espaços de acolhimento (como o que tentamos construir nessa iniciativa), pode ser o primeiro passo real.
- Transformar diferença em potência Só consegui criar esse projeto porque aceitei meu olhar torto, minha sensibilidade quase dolorida, minha energia descompassada. Quando abracei isso, tudo ganhou nova perspectiva.
Onde a dor encontra potência
Levei quase duas décadas, mas hoje gosto de enxergar aquele menino isolado, aquele adolescente cansado, aquele adulto frustrado com carinho. Foram essas versões que abriram caminhos para que hoje eu consiga olhar para frente, e para o lado, enxergando quem também precisa de apoio.
Descobrir minha neurodivergência não foi um ponto final. Pelo contrário, foi uma vírgula: uma pausa para respirar, reconhecer o caminho e seguir adiante. O Felizmente é, de certa forma, uma resposta para tanta gente que, assim como eu, buscou na internet, nos livros e nas conversas algum tipo de acolhimento.
Quando olhamos para superdotação e altas habilidades, tema que também faz parte da minha história, vemos que muitas pessoas passam por processos semelhantes: sentir-se estranho, incompreendido, quase “quebrando o padrão”. Recomendo muito ler mais sobre superdotação e altas habilidades e também sobre os desafios emocionais que acompanham quem sente o mundo de forma diferente. Às vezes, um texto pode ser o abraço que faltava.
Os bastidores da transformação
Nem tudo vira força, pelo menos não de imediato. O caminho é cheio de recaídas, angústias e momentos de autossabotagem. Muitas vezes, questiono o próprio sentido do projeto, “será que estou ajudando mesmo alguém?”. Quando me sinto assim, procuro lembrar das estatísticas: mais da metade dos brasileiros já sentiram ansiedade frequente durante a pandemia segundo estudo da Fiocruz, Unicamp e UFMG, com 52,6% relatando nervosismo ou ansiedade frequente. Não é sobre minha história apenas. São milhares de histórias que precisam ser contadas, reconhecidas, respeitadas.
A cada passo, vejo que não existe uma única maneira de transformar dor em potência. Há vários caminhos possíveis:
- Descobrir-se diferente e buscar conhecimento e apoio reais;
- Dividir suas dúvidas com pessoas que realmente escutam;
- Reconhecer seus pontos de luz e sombra;
- Usar suas experiências para ajudar o outro;
- Refletir sobre características de superdotação e altos potenciais além das aparências.
Quando falho em um desses pontos, tento ser gentil comigo mesmo. Redefinir fracasso é parte do processo.
Dias escuros, esperanças claras
Ser transparente: sim, tem dias em que não vejo saída. A pandemia intensificou isso para muita gente. Dados do Estudo do Elsa-Brasil mostraram aumento expressivo nos sintomas de ansiedade e depressão pós-pandemia, quarentena, perdas, medo, incertezas… Tudo aquilo que amplifica sentimentos de inadequação. O próprio Ministério da Saúde reconheceu que isolamentos e mudanças abruptas de rotina podem detonar ou piorar quadros já existentes.
Nunca é fácil admitir vulnerabilidade em voz alta. Mas durante a pandemia, os searches por problemas de saúde mental batiam recorde, indicava um levantamento, o que mostra como tanta gente foi chamada a lidar com seus monstros internos.
Mesmo não encontrando grandes respostas, sempre que posso volto à origem: escrever textos, dividir experiências, ouvir novas histórias. Um círculo que nunca termina, e talvez aí esteja a potência.
As pequenas grandes alegrias de não pertencer
E sabe de uma coisa curiosa? Depois de tanto tentar caber no mundo, hoje vejo graça e beleza em não me encaixar perfeitamente.
Não pertencer é a chance de criar seu próprio espaço.
Viver fora da curva me permitiu:
- Desenvolver uma empatia real por quem sofre quieto;
- Ouvir além das palavras, captar entrelinhas e silêncios;
- Acreditar em soluções criativas para velhos problemas;
- Transformar dor em projeto – como acontece com o Felizmente;
- Buscar histórias inspiradoras e textos de neurodiversidade e superdotação que ajudam a redefinir perspectivas.
Claro que existe um lado mais leve nisso tudo. Hoje, percebo que minhas diferenças me tornaram alguém capaz de pensar soluções novas, criar conexões improváveis e acolher o outro sem julgamentos apressados. Não pertenço àquele mundo quadrado dos manuais antigos, mas criei, aos poucos, meu próprio mundo, e convido quem quiser a chegar.
Conclusão: seu mundo também pode caber em você
Talvez a sensação de não pertencer nunca vá desaparecer de vez. E tudo bem. Aprendi que ela pode ser mestre, não inimiga. O mundo só ficou mais interessante quando parei de tentar caber forçado nele e comecei a explorar os caminhos possíveis para quem sente diferente.
Se você se identifica, que bom. Sinal de que algo em você ainda pulsa. Sinal de que não está só. Eu tomei para mim a missão de criar o Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre justamente para ser um desses pontos de encontro: de sensibilidades, dúvidas, apoios e novas esperanças. Se quiser dar o próximo passo, conhecer nossos materiais e histórias ou até compartilhar sua própria vivência, você vai sempre encontrar espaço por aqui.
Permita-se ser “de outro mundo”. O seu mundo é valioso demais para se perder.
Se algum trecho dessa história tocou você, venha fazer parte desse caminho de acolhimento. Conheça mais sobre as experiências compartilhadas e descubra formas de tornar sua diferença potência verdadeira, seja nos conteúdos, nos grupos ou nos projetos que temos em Felizmente. Esperança nunca morre, só se transforma.
Perguntas frequentes
O que significa não pertencer a este mundo?
Sentir que não pertence a este mundo é experimentar uma sensação de desconexão. Não é apenas achar que pensa diferente, mas sentir como se estivesse por fora dos códigos sociais, das conversas e das regras que regem as relações no dia a dia. Muitas vezes, envolve solidão, dúvidas sobre o próprio valor e até crises de identidade. No contexto de neurodiversos, pode ser ainda mais intenso, pois a diferença não costuma ser visível, mas muda profundamente a percepção do ambiente e das relações.
Como lidar com sentimentos de não pertencimento?
Lidar com esse sentimento começa com o autoconhecimento: entender suas sensações, dar nome ao que sente, procurar espaços de acolhimento e buscar ajuda, se necessário. Conversas sinceras com pessoas confiáveis e consumo de materiais compartilhados pela comunidade neurodiversa (como no Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre) também ajudam muito. Aceitar-se, em vez de tentar se moldar ao que esperam de você, costuma ser o caminho mais saudável.
Esses sentimentos são comuns em outras pessoas?
Sim, esses sentimentos são mais frequentes do que normalmente se imagina. Estudos recentes, como pesquisa global relatada pela USP, apontam que quase 1/4 da população mundial sente solidão em algum nível, especialmente jovens adultos. No Brasil, durante a pandemia, cerca de 40% relataram tristeza ou depressão e mais da metade referiu ansiedade frequente, segundo estudo da Fiocruz, Unicamp e UFMG. Ou seja, nunca estamos realmente sozinhos nesse tipo de dor.
O que fazer quando me sinto deslocado?
Em primeiro lugar, procure reconhecer e aceitar o sentimento. Não tente abafá-lo ou se envergonhar por ele. Conversar com alguém de confiança, buscar apoio psicológico, consumir materiais de acolhimento e, se possível, compartilhar sua vivência são passos muito importantes. Espaços como o Felizmente e conteúdos sobre neurodiversidade podem ser excelentes pontos de encontro e suporte nessa jornada.
Como transformar esses sentimentos em aprendizado?
Transformar esses sentimentos em aprendizado começa com o reconhecimento da própria diferença e do valor que ela carrega. A experiência de não pertencer pode gerar empatia, criatividade, força de adaptação e novas perspectivas sobre si e sobre o mundo. Documentar suas vivências, trocar experiências com outros e buscar conhecimento sobre neurodiversidade, explorando temas como identidade neurodiversa, são formas práticas de tornar o desconforto em aprendizado real, ajudando você e outras pessoas para além do rótulo ou do sofrimento.
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