12 de dezembro de 2025
#Histórias de Superação

Estou Lutando para Viver: Superando Desafios da Mente

Homem sentado sozinho em um quarto simples com expressão pensativa e melancólica

A primeira coisa que me veio à cabeça quando ouvi pela primeira vez alguém dizer “lutar para viver” foi uma sensação estranha de incômodo. Como se houvesse alguma falha grave em mim por precisar lutar por algo tão simples, tão automático para tantas pessoas: simplesmente existir. Para muita gente, acordar é só mais uma etapa do dia. Para mim, já foi bem diferente. Por muito tempo, respirar parecia custar um esforço desumano.

Sentir tudo e não conseguir nomear nada

Eu acordei hoje já exausto. Não aconteceu nada enorme ontem, não recebi notícia ruim, não perdi ninguém, não tive crise explícita de ansiedade. Apenas existi do jeito que costumo existir: com a mente trabalhando o tempo inteiro, pulando de ideia em ideia, com preocupações que entram sem pedir licença, com uma lista interminável de tarefas que nunca termina. Um típico sintoma do TDAH, que descobri depois de adulto, já cansado de ouvir que era distraído, preguiçoso ou desorganizado.

Às vezes acho que, se pudesse desligar meus pensamentos por cinco minutos, talvez conseguisse sentir um pouco mais de paz. Mas as ideias vêm sem controle, como ondas. Algumas trazem esperança. A maioria chega carregada de julgamentos, dúvidas e aquela ansiedade que não me deixa quieto. E compartilhar isso com as pessoas ao redor é outro desafio: como explicar que, mesmo com tudo aparentemente caminhando, o sentimento interno é o de estar sempre lutando para não me afogar?

Homem de cabeça baixa sentado sozinho em um corredor iluminado Às vezes, só acordar já é uma vitória silenciosa.

Os dias difíceis e o mundo ao redor

O problema se intensifica com o olhar dos outros. Quando você revela que sente tristeza profunda sem motivo claro, a reação pode ser um abraço, mas também pode ser julgamento. “Falta vontade”, “falta fé”, “pensa positivo”. As frases vêm prontas, mas raramente ajudam. Quem vive em luta interna diária por saúde mental sabe que o peso do estigma é real. Principalmente quando se fala em diagnóstico de autismo, TDAH, ansiedade ou transtornos como borderline, temas centrais do projeto Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre.

Muitas vezes, a dificuldade em se sentir compreendido é ainda maior do que o próprio sintoma. Você tenta explicar o cansaço sem fim, mas os outros associam a preguiça. Compartilha a confusão mental, mas o retorno é conselho simplista. Em casa, no trabalho, com amigos, criar um ambiente seguro onde se possa ser vulnerável é raro, embora eu veja isso como parte fundamental de sobreviver a dias cinzas.

O cansaço, inclusive, não é apenas meu. Segundo um estudo do Ministério da Saúde, sintomas como ansiedade, fadiga e problemas de memória se tornaram persistentes para quase 19% das pessoas após a Covid-19. O sofrimento não é isolado, é coletivo.

Pequenas vitórias: sobreviver para depois viver

Poderia listar todas as vezes em que ir ao mercado foi uma batalha. Ou momentos em que precisei escolher: responder uma mensagem de trabalho ou cuidar de mim e não consegui fazer nenhum dos dois. Já perdi noites inteiras escutando o coração bater rápido, sentindo que o amanhã não ia chegar. Tem dias em que a vontade de viver desaparece, e o desafio vira resistir, não entregar os pontos. É nisso que penso quando falo em dar pequenos passos.

  • Levantar da cama, mesmo sem energia.
  • Tomar banho, mesmo que demorado.
  • Mandar mensagem para alguém de confiança.
  • Permitir-se sentir tristeza sem vergonha.
  • Celebrar algo ínfimo: uma refeição feita, um compromisso cumprido.

Pode parecer estranho, mas nesses dias, consegui olhar para mim com menos cobrança. Descobri, com o tempo, que esses pequenos gestos também são formas legítimas de lutar. E que não há motivo para diminuir minhas próprias batalhas só porque o mundo espera que eu esteja sempre superando tudo rapidamente.

O projeto Felizmente nasceu justamente desse reconhecimento: somos muitos tentando encontrar sentido, valorizando avanços miúdos e nos desprendendo de rótulos crueis. Ver outras histórias, como relatos sobre ansiedade ou obstáculos enfrentados por quem tem altas habilidades, me mostrou que não há vergonha em partilhar o que é difícil.

Confrontando o desconhecido

Houve um tempo em que acreditar que algo era diferente comigo parecia errado. Diagnóstico de TDAH? Nunca ouvi durante a escola; o máximo era a clássica frase “distraído demais”. Só entendi o motivo do meu cansaço mental adulto ao receber feedback de um profissional, depois de rodar por consultas e exames, ouvindo que eu precisava só de “força de vontade”. E, veja, não escrevo para falar de exames clínicos, mas sobre a dificuldade de nomear a própria dor quando o entorno desconfia de tudo, inclusive do sofrimento alheio.

É assustador pensar que, como mostrou o estudo da USP sobre diagnósticos equivocados em crianças, tanta gente carrega estigmas (e medicações, às vezes) antes mesmo de entender quem realmente é. O medo de errar é real e duplo: tanto pela possibilidade de carregar rótulos sem sentido quanto pela ausência de identificação de sintomas genuínos, como os traços de ansiedade que atravessam diferentes faixas etárias, como visto pelo mapeamento da Secretaria da Educação e Instituto Ayrton Senna.

Mão segurando uma xícara de café em casa Aprendizados de quem ainda está no caminho

Não tenho respostas prontas e desconfio, honestamente, de quem diz ter. Há dias em que consigo avançar, escrevendo páginas e páginas, estudando temas como crises de ansiedade e estratégias de autocompaixão. Em outros, o máximo que faço é não desistir. E está tudo bem, pelo menos, tenho tentado acreditar nisso.

De vez em quando, enxergo algum sentido nos tropeços. Percebo que não estou sozinho. Vejo dados como os disponíveis em materiais do IBGEeduca sobre saúde mental e reconheço um Brasil inteiro lutando a mesma luta silenciosa. Não existe receita, cronograma ou conselho único que faça a dor sumir de uma vez; existe dia após dia, decisão após decisão.

Esperança para continuar: juntos é menos difícil

Acredito muito no potencial do coletivo: compartilhar, ouvir, acolher. O projeto Felizmente quer ser esse espaço de apoio e compreensão, criando grupos, informando, acolhendo. A luta para viver pode até ser individual no detalhe, mas, no fundo, é uma travessia comum. Cada esforço precisa ser celebrado, seja um texto escrito, um café tomado, um pedido de ajuda aceito. Algumas conquistas serão grandiosas, outras tão sutis que só quem vive na pele vai notar.

Persistir é um ato de coragem. E ninguém precisa fazer isso em silêncio.

Se você sente que cada dia é uma batalha, saiba: existe vida além do sofrimento. Seu cansaço é legítimo e seus avanços também. Busque apoio, troque histórias, valorize cada passo. E considere fazer parte dessa corrente de esperança que o Felizmente está criando. Juntos, o impossível parece um pouco menos difícil.

Perguntas frequentes

O que significa lutar para viver?

Significa enfrentar desafios internos ou externos diários que fazem da vida um esforço consciente. Pode envolver lidar com sintomas de ansiedade, depressão, crises emocionais ou sentimentos de inadequação. Nem sempre é algo visível para os outros, mas, para quem sente, é um exercício constante de resistência e esperança.

Como superar desafios da mente diariamente?

Superar começa com reconhecer o que se sente e aceitar ajuda, quando possível. Pequenas vitórias fazem diferença: estabelecer uma rotina, pedir apoio, celebrar conquistas menores. Participar de comunidades como o projeto Felizmente pode ser um caminho de suporte constante. Não hesite em buscar profissionais especializados se necessário.

Quais são os sintomas de esgotamento emocional?

Os sintomas podem incluir cansaço extremo sem causa física clara, dificuldade de concentração, falta de motivação, irritação constante, sensação de vazio ou incapacidade de descansar a mente. Em casos mais graves, podem surgir pensamentos negativos persistentes e sensação de desesperança.

Onde buscar ajuda para saúde mental?

Você pode procurar apoio em centros de saúde mental da sua cidade, conversar com médicos de confiança ou acessar iniciativas e projetos como o Felizmente, que reúne informações e acolhimento sobre saúde mental e neurodiversidade. Amigos e familiares também são fontes importantes de suporte.

Como encontrar motivação para continuar?

Motivação pode vir dos detalhes: lembrar de um sonho pessoal, buscar sentido nas pequenas coisas, conversar com alguém que entende, experimentar novas rotinas. Permita-se reconhecer suas próprias conquistas, mesmo quando parecer pouco. E conecte-se com iniciativas que proporcionam esperança, como o Felizmente.

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