12 de dezembro de 2025
#Histórias de Superação

Desconfiança: 7 Situações Reais Que Enfrentei no Meu Dia a Dia

Mulher com expressão desconfiada olhando para o lado em ambiente interno claro

Quando penso sobre como é conviver com a sensação de que não depositam fé em mim, recordo de inúmeros episódios. São momentos pequenos e marcantes, costurados no meu cotidiano, que acabaram moldando minha trajetória e, principalmente, minha relação comigo mesmo. Escrevo este texto para o projeto Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre, porque acredito que compartilhar experiências reais pode ser um alívio e um abrigo para quem também se sente assim.

Uma infância de olhares atravessados

Lembro-me dos olhares de dúvida durante a infância. Bastava eu trazer uma resposta fora do esperado, ou dizer algo diferente, e logo surgia aquela expressão no rosto dos adultos.

“Será que ele está inventando?”

Minhas histórias sempre vinham acompanhadas de questionamentos. Se eu cometia um erro, logo era acusado de preguiça, de desatenção. Raramente alguém parava para realmente escutar o que eu sentia. Já naquela época, crescia em mim o vazio de não ser levado a sério.

Menino sentado olhando para o lado, com expressão pensativa em ambiente doméstico Conflitos com familiares: “Você não tenta o suficiente”

Com o tempo, vieram os desentendimentos familiares. Eu já sentia dificuldade em planejar tarefas, esquecia compromissos importantes. E, vez após vez, ouvia frases cortantes:

  • “Como assim perdeu de novo?”
  • “Isso é desleixo, não TDAH.”

Muitos não compreendiam que minha mente funcionava de outro jeito. Era como viver um constante teste de resistência. Em alguns momentos, o laço de afeto parecia quase se romper, sufocado por julgamentos precipitados.

Dificuldades no ambiente de trabalho

No ambiente profissional, a sensação de ser desacreditado ganhava contornos ainda mais difíceis. Eu tentava me esforçar, entregar resultados, mas, por conta das minhas características neurodivergentes, acabava sendo mal interpretado. Houve ocasiões em que recebi feedbacks que me marcaram profundamente:

“Você é lento, precisa ser mais esperto.”

Bastava um deslize, um esquecimento, e logo pairava a nuvem da suspeita sobre tudo o que eu fazia. O medo de errar virou mania de conferir cada detalhe mil vezes, e mesmo assim, a confiança alheia parecia inalcançável.

Amizades abaladas pelo receio

Os laços de amizade, que deveriam ser porto seguro, também foram impactados pelo fantasma da desconfiança. Cansei de perceber aquele silêncio constrangedor no grupo quando eu compartilhava alguma dor ou conquista. Teve vez que um amigo se afastou porque achou que eu estava exagerando meus problemas. Parecia sempre ter um filtro nas minhas palavras, como se, para muitos, eu aumentasse tudo.

Grupo de amigos sentados em círculo, um olhando para baixo e outros desviando o olhar Episódios em consultórios médicos

Uma das vivências mais dolorosas foi, sem dúvida, com profissionais da saúde. Durante anos ouvi diagnósticos superficiais. Meus sintomas eram vistos como manha ou fraqueza, nunca como sinais de algo maior. Mesmo com muita coragem eu expunha minha intimidade e, em resposta, recebi pouca escuta de verdade.

A dúvida corria solta, sempre pairando aquele olhar de “será que ele não está querendo apenas atenção?”. Foram duas décadas convivendo com rótulos e diagnósticos errados. Só fui ter um laudo que explicava minha neurodivergência depois de adulto, como comento no projeto Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre.

Pessoas próximas interpretando mal silêncios

Nem sempre as pessoas percebem, mas até o silêncio pode ser motivo de dúvida. Quando preferia ficar quieto, ouvindo mais e falando menos, era julgado como alguém indiferente ou antissocial. Em reuniões de família ou encontros entre amigos, esse silêncio era lido de forma errada, aumentando ainda mais a distância entre mim e os outros.

A ausência de palavras pode soar mais pesada do que mil justificativas.

Consequências emocionais de não ser levado a sério

Uma das maiores dores em conviver com a falta de respaldo é a sensação de inadequação. Sentir que não acreditam em nós abala a autoestima, faz com que surja o medo de errar, de tentar, de confiar inclusive em si mesmo.

Muitas vezes, essa vivência constante traz:

  • Evitar dividir sentimentos, por receio de não ser ouvido
  • Isolamento social, pois os laços vão se enfraquecendo
  • Questionamentos sobre o próprio valor
  • Cansaço crônico por tentar o tempo todo se provar

É um turbilhão silencioso, difícil de explicar para quem nunca sentiu.

Homem jovem de cabeça baixa em mesa de trabalho, com papéis espalhados à frente Pequenas atitudes que aumentam distâncias

O curioso é que, muitas vezes, a desconfiança nasce de pequenas coisas. Um comentário atravessado, uma piada mal colocada, um olhar impaciente. Em segundos, percebi meus vínculos se rompendo pouco a pouco, mesmo sem intenção. Não raro, a falta de diálogo aberto é o que mantém a desinformação e o julgamento.

É fácil cair na armadilha do julgamento quando não nos colocamos no lugar do outro. E preciso dizer: já fiz isso também, sem perceber. A autorresponsabilidade é um passo essencial para a mudança.

Pensando em acolhimento e pequenos passos para reconstruir

Falar sobre vivências de rejeição não é simples. Mas ao longo dos anos, fui percebendo que é possível dar pequenos passos para resgatar autoconfiança e criar um espaço mais saudável ao redor:

  • Participar de projetos acolhedores, como Felizmente, me fez enxergar outras histórias além da minha
  • Tentar expor meus sentimentos, mesmo que com medo, abriu portas para novas conexões
  • Buscar – e oferecer – escuta ativa, sem julgamentos
  • Lembrar que ninguém precisa se provar o tempo inteiro

A verdade é que reconhecer fraquezas e pedir ajuda também é um ato de coragem. E nunca é tarde para restaurar o que foi abalado pela dúvida dos outros – e pela nossa própria dúvida interna.

Considerações finais

No fim das contas, lembro sempre do objetivo do projeto Felizmente, Onde a Esperança Nunca Morre: compartilhar caminhos reais de superação, sem fórmulas mágicas, só com muita escuta, respeito e vontade de mudar. Se você passou por situações parecidas, saiba que não está sozinho. Reforço que cada passo em busca de compreensão cria novas possibilidades para vínculos mais fortes e honestos com quem nos cerca – e, principalmente, com nós mesmos.

Quer conhecer outras vivências de superação, refletir sobre saúde mental ou encontrar apoio em uma rede acolhedora? Visite os conteúdos do projeto, se aproxime dessa missão e viva também essa transformação!

Perguntas frequentes sobre desconfiança no dia a dia

Por que as pessoas desconfiam de mim?

Na maioria das vezes, a dúvida surge porque o comportamento foge do que as pessoas consideram “normal”. Quem é neurodivergente, por exemplo, pode ter reações diferentes em situações cotidianas, o que pode gerar estranhamento. Julgamentos rápidos, pouca informação sobre saúde mental e experiências pessoais também reforçam essa postura de não acreditar no outro.

Como lidar quando não confiam em mim?

Tentar abrir um diálogo sincero geralmente é o primeiro passo. Mesmo que seja difícil, compartilhar sentimentos e explicar seu lado pode ajudar. Encontros acolhedores, como os que proponho no projeto Felizmente, auxiliam muito. Ter paciência, fortalecer a autoestima e buscar círculos mais empáticos fazem diferença no tempo certo.

O que fazer para conquistar confiança?

Ser transparente nas atitudes e nos sentimentos ajuda bastante. Às vezes, pequenos gestos e conversa direta ajudam a desfazer mal-entendidos. Oferecer escuta também constrói confiança. E se a outra pessoa não retribuir, respeite o seu tempo. Conquistar confiança é um processo gradativo, e não uma corrida.

Quais são os sinais de desconfiança no dia a dia?

Silêncios estranhos, olhares duvidosos, perguntas em excesso sobre pequenas coisas ou o costume de verificar tudo o que você faz são indicativos claros. Brincadeiras que diminuem suas conquistas também revelam insegurança em relação ao que você diz ou faz.

Desconfiança pode prejudicar relacionamentos?

Sim, e de várias maneiras. A falta de fé mútua afastar amigos, fragiliza laços familiares e cria barreiras no trabalho. O excesso de suspeitas desgasta emocionalmente. Construir relações mais leves exige cuidado e empatia constante de todos os lados.

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Desconfiança: 7 Situações Reais Que Enfrentei no Meu Dia a Dia

Problema Para Liderar e Me Sentir Capaz:

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